O telefone me engole
Me engole o quadro de avisos
Na mesa, na biblioteca,
Me engole, das canetas o riso
Enlouqueço (…)
E tudo quanto desejo
É que me deixem em paz
O telefone;
O maldito quadro;
O riso ignóbil das canetas
=Dom
O telefone me engole
Me engole o quadro de avisos
Na mesa, na biblioteca,
Me engole, das canetas o riso
Enlouqueço (…)
E tudo quanto desejo
É que me deixem em paz
O telefone;
O maldito quadro;
O riso ignóbil das canetas
=Dom
E disse Deus: Ateus não existem!
=Dom
De tanto surrupiar sentimento alheio
me tornei um poeta profundo…
– Poetas são essencialmente ladrões –
Daí a causa de a cada dia
Venderem menos as coletâneas…
=Dom
Me perguntaram se me achava um bom poeta.
Claro que não, homessa!
Os poetas bons são um saco!!
Prefiro, e isso digo mil vezes,
ser um poeta mal – muito mais divertido…
=Dom
(Autobiografia não autorizada)
Desculpem, mas vamos ser sinceros:
os advogados apelam!
=Dom
Cão que ladra não morre…
=Dom
Enquanto gritam por guerra – ferra
A máscara cai por terra – erra
A dívida se perfaz
Enquanto gritam por nome – fome
A alma vazia some – come
A Terra reclama paz
(…)
A injustiça a Deus se eleva – Eva
Cobrem seus rostos com véus – Céus
Grita o aflito sem nome – tome
Canta um soneto por paz – faz
Sou eu quem escreve este verso – peço
Que apenas não cantem mais – paz
Sou eu o poeta sem nome – fome
Sou eu o poeta sem mais – ais
=Dom
O instante é a poesia do tempo…
=Dom
Tucano = Youpipe
=Dom
A pluralidade é mesmo algo singular…
=Dom