A casa se fez silente
tão logo teu canto cessou
Em respeito à tua lembrança
trajaram-se de negro a mesinha,
o sofá e a estante dos livros
Em respeito à tua lembrança
não declamei poesia nem desejei existir,
vesti-me de preto à combinar com o resto da mobília
Em respeito à tua lembrança
afoguei na piscina o gato
e fiz um tapete do cão Labrador
Fiz um buraco no canto da sala;
Enterrei os restos do frango do almoço;
Quis ser os restos do frango do almoço;
Quis ser o buraco no canto da sala;
Quis ser o gato rijo afogado;
Quis ser o cão feito em tapete;
Quis ser a casa de negro vestida;
Quis ser a morte da tua canção…
Em respeito à tua lembrança
ficamos sós, eu, a triste casa enlutada
e tua incomparável ausência.
=Dom